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segunda-feira, 7 de setembro de 2015

DO DEVER DE URBANIDADE E RESPEITO ENTRE ADVOGADOS


Queridos amigos,

No último mês realizei diversas audiências. Família, cível, trabalhista...

Durante este trabalho, coloquei-me a pensar sobre a importância do dever de urbanidade e o respeito com que devemos nos tratar, especialmente, no trato com o advogado da parte adversa (artigo 44 do Código de Ética e Disciplina da OAB).

Em algumas oportunidades presenciei acordos deixarem de ser realizados em razão da falta de respeito, educação e boa conduta do advogado da parte adversa que, tomando a causa para si, preferiu o ataque pessoal ao outro colega, demonstrando que ainda há profissionais que acreditam que podem "ganhar no grito".

Ledo engano. 

Isto porque, nas audiências em que os advogados conseguiram se tratar com educação e respeito, pensando exclusivamente nem seus clientes e esquecendo ataques e vaidades, os resultados foram muito satisfatórios. E nos casos em que o acordo não se concretizou em audiência, o respeito havido fez com que extrajudicialmente a conversa fosse retomada e a conciliação das partes ocorreu, resolvendo as lides e aproximando aqueles que então eram adversos na ação.

Logo meus amigos, gritar, desrespeitar, agredir e mostrar força realmente não leva a nada em uma ação judicial. Se lhe faltam argumentos jurídicos para rebater as alegações em audiência, o melhor é calar-se e esperar a oportunidade de manifestar-se sem ofensas pessoais a seus pares. 

O advogado da atualidade deve ter um espírito de colaboração para o acordo e não de competitividade em relação ao outro colega, mostrando uma postura de conciliador e não de julgador!

Afinal, de que adianta nosso novo CPC pregar a importância e a relevância da mediação, da conciliação e de outros meios consensuais de solução de conflitos se os próprios advogados das partes não compreenderem a nova formatação da cultura processual de que a conciliação e a mediação tornaram-se importantes instrumentos para a pacificação das partes e a solução dos conflitos.

Assim, espero que os advogados deixem de assumir para si os problemas que são de seus clientes e atuem como um instrumento de acesso a justiça, buscando através do entendimento conjunto os melhores caminhos para assegurar aos litigantes um julgamento justo e conseqüentemente a impressão de que, mesmo que não saia vitorioso, tenha tido o direito de um acesso digno a Justiça.

Um abraço, uma ótima semana e até a próxima.

Cíntia Portes




Um comentário:

  1. Gostei muito de seu texto! Me deparei com ele, não por acaso, mas para encontrar na legislação a previsão para esse tipo de comportamento, tendo em vista o estilo de um colega, procurador da parte adversa, que procura em suas manifestações "intimidar" o opositor com palavras e expressões depreciativas.

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